quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Até valia uma caixa de cebolas



Até valia uma caixa de cebolas

por Luciana Shiroma Montali
 
Quando na vila ela vinha
e eu via a vida que levava
quando eu cantava e ninguém ouvia
ou bradava e ninguém tolhia,
aí sim, valia uma caixa de cebolas
não era o canto do povo
era o canto de um sonhador
o canto de um bravo moço bom
aquele bom moço bravo que mora
em todo homem

isso sim, valia uma caixa de cebolas
isso sim, valia um sonho de um sonhador
isso valia a feira, valia a peia, valia vida
vida vivida de sangue e suor
ternura de um amor sem fim e sem futuro

e a feira corria junto com a vida
e as cebolas, caídas no chão,
roubavam lágrimas não sofridas mas vividas
no mar da desilusão

e canto pra cima e moça pra baixo
e moça pra cima num canto embaixo
e meu olhar que descia, meu suspiro crescia
minha ilusão

a moça sonhou comigo e eu guardei seu coração
porque a vida vivida é mais doce que sonho
e não é ilusão
a vida vivida vale a caixa de cebolas
mas torna lágrimas ao chão


  


  Nota sobre as caixas de cebola:
   Sabe aquelas expressões que se criam nas rodinhas dos amigos? 
    Aquelas que vêm das fofoquinhas gostosas do dia-a-dia? 
    Pois é, foi assim que surgiu a expressão "você não vale uma caixa de cebolas". Foi minha melhor amiga que a criou num ato ingênuo quando discutia com um ex-namorado e, anos depois, me deparei conversando sobre isso com meu namorado e descobri que ela se consagrou entre os amigos dele e que por isso todos citavam as palavras da minha amiga. Foi muito engraçado!
    Foi por sorte do destino que se desenvolveu a cotação dos valores das coisas e pessoas por "caixas de cebola"...

 



domingo, 27 de fevereiro de 2011

"Se a vida lhe der limões devolva e faça uma limonada com os que você já tem."
(autor desconhecido)

Tá valendo limonada, caipirinha e até uma torta de limão. O que for mais gostoso.

O segredo do negócio mora em você selecionar seus limões e devolver o que não é seu. Excesso de limão pode azedar a receita.

sábado, 12 de junho de 2010

Passado

Nesse último sábado fiz uma coisa que há muito tempo não fazia: saí sem destino, saí por aí sozinha...

Esse é o tipo de coisa que costumo fazer nas férias mas dificilmente no dia-a-dia ou nos finais de semana. Acho que é porque sempre tive rotinas e alguém com quem combinar.

Pois é, sábado inventei de fazer alguma coisa diferente. Sábado inovei...

Aonde fui parar?
Bati na porta da infância e ela me deixou dar uma espiadinha pela fechadura.
Fui visitar uma cidadezinha aonde morei quando era criança e comecei minha adolescência. Algumas coisas mudaram bastante, outras nem tanto. Agora ela tem semáforos (3), pessoas não me cumprimentam mais porque não me reconhecem mais, a distância entre os lugares diminuiu (ou fui eu quem cresci!?! rs rs rs), minha casa mudou.
Vaguei pela cidade por um tempão.

Mas no final, minhas lembranças me levaram a mim, os lugares que visitei me fizeram muito bem, foi como visitar o museu da minha vida. Recordei vivências, valores e recordei-me de mim mesma.
Foi muito legal me reencontrar, estava morrendo de saudades dessa menina que há muito não sorria do jeito que sorriu pra mim naquele sábado!


Sentir a brisa esvoaçando meus cabelos, o sol penetrando em minha pele e a tranquilidade de ser e estar, sem preocupações com o tempo e o espaço.

No final, era tudo o que precisava.



"
Que bom viver, como é bom sonhar
E o que ficou pra trás passou e eu não me importei
Foi até melhor, tive que pensar em algo novo que fizesse sentido

Ainda vejo o mundo com os olhos de criança
Que só quer brincar e não tanta 'responsa'
Mas a vida cobra sério e realmente não dá pra fugir

Livre pra poder sorrir, sim
Livre pra poder buscar o meu lugar ao sol

Livre pra poder sorrir, sim
Livre pra poder buscar o meu lugar ao sol

Um dia eu espero te reencontrar numa bem melhor
Cada um tem seu caminho, eu sei foi até melhor
Irmãos do mesmo Cristo, eu quero e não desisto

Caro pai, como é bom ter por que se orgulhar
A vida pode passar, não estou sozinho
Eu sei se eu tiver fé eu volto até a sonhar

Livre pra poder sorrir, sim
Livre pra poder buscar o meu lugar ao sol

Livre pra poder sorrir, sim
Livre pra poder buscar o meu lugar ao sol

O amor é assim, é a paz de Deus em sua casa
O amor é assim, é a paz de Deus que nunca acaba

O amor é assim, é a paz de Deus em sua casa
O amor é assim, é a paz de Deus... que nunca acaba

Nossas vidas, nossos sonhos têm o mesmo valor
Nossas vidas, nossos sonhos têm o mesmo valor

Eu vou com você pra onde você for
Eu descobri que é azul a cor da parede da casa de Deus
E não há mais ninguém como você e eu
"
Lugar Ao Sol
Charlie Brown Jr.
Composição: Marcão e Chorão

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010




"...sur la planète du petit prince, il y avait comme sur toutes les planètes, de bonnes herbes et de mauvaises herbes. Par conséquent de bonnes graines de bonnes herbes et de mauvaises graines de mauvaises herbes. Mais les graines sont invisibles. Elles dorment dans le secrèt de la terre jusqu'à ce qu'il prenne fantaisie à l'une d'elles de se réveiller."

"...no planeta do pequeno príncipe havia, como em todos os outros planetas, ervas boas e más. Por conseguinte, sementes boas, de ervas boas; sementes más, de ervas más. Mas as sementes são invisíveis. Elas dormem no segredo da terra até que uma cisme de despertar. Então ela espreguiça, e lança timidamente para o sol um inofensivo galhinho."
(Antoine de Saint Exupéry)


      Nem sempre é possível escolher a semente, elas simplesmente vêm. Vêm com o vento, carregadas a esmo e, de repente, eis que os galhos nascem e a raiz se fortalece.
      Nem sempre percebemos quando as sementes brotam, ou se enraizam, ou tomam forças para dominar parte dos territórios.
      Talvez nunca tenhamos o potencial de olhar pra todas antes que brotem e cresçam. É quando se tornam visíveis aos nossos olhos que podemos decidir o que gostamos de cultivar ou não.
      E quanto a isso, sempre temos a escolha e o potencial do que cultivar. Afinal, o planeta é nosso!
      :)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

tjftgafklg


teste para o Douglas...


domingo, 5 de abril de 2009

De dentro pra fora

"(...)
Se você vier
Pro que der e vier
Comigo...

Eu lhe prometo o sol
Se hoje o sol sair
Ou a chuva...
Se a chuva cair

Se você vier
Até onde a gente chegar
Numa praça
Na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar...

E nesse dia branco
Se branco ele for
Esse canto
Esse tão grande amor
Grande amor...

Se você quiser e vier
Pro que der e vier
Comigo

(...)"
(Geraldo Azevedo/ Renato Rocha)

Se você quiser e vier, pro der e vier, qualquer dia é um dia branco.
Independente da cor do céu, do sol e da chuva. Independente da cor dos teus olhos e do teu olhar.
Num dia branco você escreve o que quiser e registra o que puder.

Qualquer dia é um dia de paz, um dia de amor, um dia de escolha. A sua escolha.
Você já escolheu hoje?
Você escolheu seu dia? Sua frase?
(... ou foi escolhido?!?)

Ainda que não tenhamos expectativas, temos desejos.
Independente de qualquer coisa, somos fruto das nossas vontades, das nossas inspirações.
Confie nas suas escolhas e mergulhe fundo: pro que der e vier.


Namastê.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Segredo de vó: "Quando sorrimos pra vida, ela sorri de volta."

Hoje foi o começo das comemorações dos 92 da minha avó. Foi uma reunião reservada, somente a família do dia-a-dia.

Adoro ouvir as histórias que as minhas avós contam. Histórias sobre tempos remotos, histórias sobre torrar café, moer o café e fazer macarrão (literalmente fazer o macarrão). Histórias que incluem até mesmo dormir sobre máquinas de costura. Histórias de uma vida bem vivida.

Engraçado pensar que até pouco tempo atrás mulheres não tivessem escolha quanto à profissão. Suas vidas estavam diretamente ligadas à regras sociais rígidas e também às necessidades da época, quando praticamente tudo em casa era artesanal.
(Até pouco tempo atrás?!?! Em que mundo será que vivo? Olhar um pouquinho pros lados também é bom! Mas isso é um capítulo à parte...)

As vezes julgo. Histórias de outra época ou de outras culturas as vezes parecem tortura.Pergunto se é possível se realizar como mulher num contexto tão restritivo. Como mulher num sentido individual, não como mãe ou esposa, como mulher.
Pois a resposta é simples e rápida. Minhas avós olham com um olhar sereno, um brilho nos olhos e um sorriso confortável: "Sim, realizadas e felizes."


"Quanto maior o desafio, mais saborosa a conquista."


Talvez não haja segredos.
Talvez o segredo seja um só: "Quando sorrimos pra vida, ela sorri de volta."